quinta-feira, 2 de junho de 2011

E que assim como por milagre desperte a vida

Hoje o Sol apareceu pela manhã, e sem motivos para sorrir eu olhei pela minha janela, e mirei aquela rua tão sem atrativos. Sim, ela só se mostrava prazerosa quando se fazia noite, em que muitos estavam na cama, e os poucos que andavam nas ruas se afastavam um dos outros, com medo de desconhecidos.
Era domingo, e eu não tinha nenhuma obrigação, nenhum pensamento que pudesse prender a minha atenção, e deste modo fiquei estático, olhando a alegria das pessoas ao entrarem em seus carros com suas famílias para um piquenique no parque, os casais de namorados andando de mãos dadas pelas ruas, a menina com sua bicicleta nova...
Por um momento me senti solitária. É difícil não ter o pronome de posse no vocabulário: vou andar com MEUS amigos, vou ao cinema com MEU namoradinho, vou brincar com MEU cachorro... nada eu tinha de presença, de material... a única coisa que eu podia ter naquele momento era a solidão. A minha SOLIDÃO. E foi por isso que me apeguei a ela. A solidão foi a minha companhia.
Já não havia motivos para ligar a TV e ver os mesmos programas; já não queria escutar músicas que cantassem o meu passado; não queria nem mais um minuto de nostalgia; nem livros para grifar as frases mais importantes que eu nunca vou reler... o que eu preciso neste momento é de uma boa dose de esperança que mostre ao meu peito apertado que existe a possibilidade de um dia eu despertar para a vida assim como as manhãs se fazem todos os dias.

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