quarta-feira, 27 de julho de 2011

Eu não brinquei quando eu disse que...

Além das fronteiras da vida,
Além dos impasses presentes,
Encontra-se a soma de todos os sentimentos humanos.
Encontra-se, lá, a chave para que o nosso entendimento possa, enfim, fortalecer-se.

Em princípio, nossos olhares são afrontados com a força do impossível.
Desacreditamos, muitas vezes, que apesar de sermos falíveis,
Temos um poder adormecido e à espera de uma oportunidade...

A vida, então, responde de fato
Fala, resmunga, assovia, acena do outro lado da rua
Passamos por ela com um ar de “será possível mesmo”?

Choramos lágrimas, gritamos por socorro,
Procuramos por algo, chamamos por alguém...
De repente, o espelho aparece a nossa frente
E enxergamos aquilo que sempre esteve a nossa espera...

Uma resposta que automaticamente vem acompanhada de uma pergunta:
“Onde você estava?”
E sem percebermos, entendemos que ela sempre esteve ali...
A nossa espera, ao nosso chamado: dentro de nós mesmos!
E uma voz contínua, presente e enfática nos diz:
“Prazer em conhecer!
Acredite que sempre estive dentro de ti
Eis-me aqui, hoje, amanhã e por todo o sempre!”

terça-feira, 19 de julho de 2011

Espera

Fiquei por alguns minutos estática, degustando, destrinchando e saboreando a palavra que dá nome a esta postagem. Para cada pessoa ela pode ter grandeza diferente e importâncias divergentes. Muitas vezes minhas esperas foram em vão, outras valeram cada segundo, outras preferia que não tivessem terminado.

Penso na espera do ônibus que muitas vezes me tirou a paciência. A loucura de contar cada minuto e calcular se chegaria a tempo, levando em consideração a chuva, o trânsito, o caos. Mas também existiu o dia em que meu desejo era de que o ônibus jamais chegasse quando foi o momento de dar o último abraço porque o motorista já buzinava impacientemente, e sentada ao lado da janela acenei, e vi sua imagem sumindo entre a distância.

Penso na espera de um (re)encontro. Ahhh... quão doces e amargas estas podem ser. A espera de um encontro cria, imagina, inventa, fantasia, acelera. Apesar de torturantes me encanta esse tipo de espera quando tem data certa para terminar... é o momento de se iludir, ou simplesmente dar um acerto certeiro em tudo o que se imagina. O cheiro do outro, a voz, a temperatura, as manias... tudo tão impreciso.

Penso na espera para o fim do expediente. Quão longas estas são! Mas também já tive dias em que essa demora me serviu de tempo, de válvula de escape para esquecer dores, me livrar de preocupações.

Penso na espera do futuro. Esta que apenas acaba quando dermos o suspiro final. Esta espera é vital, porque ela nos sustenta nos momentos alegres a espera de férias e planos, por exemplo, mas também nos mantêm firmes em dias escuros já que o amanhã pode ser melhor.

Não tenha receio. Não atropele. Não encare esses minutos, segundos, horas e anos a fio como perca de tempo.
Não viva por esperar, mas viva simplesmente, porque esperando ou não tudo há de chegar no momento oportuno. É nisso que minha fé se agarra todos os dias.

Farsa

Aflição de não ser quem eu achava que eu era.
Aflição de no espelho ver o mesmo rosto, apenas um pouco mais maduro, mas ao mesmo tempo não encontrar a mesma pessoa que estava ali a tão pouco tempo atrás.
Aflição de não saber se o meu amor te comove. E também de não ser aquela com quem compartilha seus anseios e dúvidas.
Se pareço imperfeita até mesmo onde eu mais acertava, alguma razão tive de ter para mudar a direção.

Olho-me de novo. Mais atenta.

Talvez não seja o visível. Talvez seja a mesma inconstância que enxergava em você e me descabelava para decifrar. A mudança de humor, os momentos fundo de poço repentino... será que de tanto te amar me igualei a você?

Pobre de mim se for assim... afinal, nenhum ser humano me olhou tão profundamente a ponto de conseguir esse por cento de descoberta, essa insistência em decifrar minhas faces não tão risonhas. Continuo sendo uma farsa. E não diga que não avisei.
Perdi oportunidades, ou elas realmente nunca foram ofertadas a mim?
As vezes me esqueço que no oceano também morre-se de sede.

Categorias

Saudades em preto e branco - sobre coisas que não morrem

Poetiza - a vã tentativa de escrever sentimentos

Indiretas - queria dizer, mas escrevi

Carona nas palavras - quando outros falam por mim

Recriado - quando pego carona, mas decido o caminho

Rotina - sobre dias que parecem os mesmos

Pensei rápido - sobre pequenas pensamentos

domingo, 17 de julho de 2011

Ando sonhando com você todas as noites...
Continuo buscando um sinal de que você ainda está aí.
Talvez eu não saiba ou consiga explicar tudo o que está se passando aqui comigo, e por isso faço besteiras em sua presença e ajo como se fosse um outro alguém. Desculpe, descobri que não sei falar de amor.
Eu só queria saber desde quando eu te queria assim...
Já te disseram que pareces a garoa fina de São Paulo? Aquela mesma que sempre sabemos que chegará, mas nunca tem data certa. Que incomoda, mas a gente tem vergonha de abrir o guarda-chuva para se proteger. Que aparentemente é inofensiva, mas depois é que descobrimos seus males.

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Eu quis correr o risco. Fui eu que coloquei em jogo o bem estar desse meu tal coração. Eu queria te culpar, dizer que tudo só da errado na minha vida porque você não está aqui, porque você não me ajudou quando gritei e implorei por socorro, mas não... você não tem culpa. A sua verdade sempre se mostrou clara, você não iria se deixar prender, muito menos por mim, que nada sei sobre todas as experiências e sabores que você já conhece tão bem. Foi um grande risco correr na sua estrada e me perder pelo caminho, mas arrisquei, me lancei ao desconhecido, e na sua jornada te perdi de vista por seus passos largos, mas também foram nessas curvas que encontrei o que eu mais me faltava: amor próprio.

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Priscila Guimarães

A mesma beleza que atrai as vezes abafa, sufoca, afoga, nos mata. 
Não sou hipócrita, o belo sempre me ganha a vista, mas o que me mantém presa são temperos essenciais que na maioria das vezes se apresentam na simplicidade dos sabores que só degustamos quando abrimos mão do que vemos para dar vazão ao que sentimos. 

Quando a diferença nos une a vida fica mais cheia de graça.
Priscila Guimarães


A qualquer distância e paisagem, a sua lembrança ainda me vem como um sonho bom. 

Lembro-te por pensar que poderíamos fazer comentários insanos sobre os desenhos das nuvens, o peso das montanhas ou até mesmo a direção dos ventos. Iriamos admirar a obra prima de Deus, e você relutaria em suas filosofias científicas. Não há o interesse de minha parte em saber como tudo foi parar ali, o fato é que ser digna de admirar lugares incríveis me deixa extasiada. Mas nada na vida da gente se compara à companhia em que admira junto.

Quando aquela pessoa especial surge em nossas vidas, não importa o enredo, as distâncias, diferenças ou paisagem, uma companhia como essa abafa nossos medos. São surpresas risonhas no caminho de estradas, por vezes tortuosas, mas que nos trás tamanha luz que qualquer detalhe na jornada perde-se ao encanto diante do brilho dos olhos do outro. Neles nos enxergamos felizes, e é isso me aproxima ou afasta das pessoas.

Eu agradeço quando encontro esse tal brilho nos olhos de alguém, pois isso me salva. Por vezes em poucos minutos de conversa consigo fugir de diálogos impecáveis e me sinto largada no sofá de casa, a vontade. Não falo sobre as doenças do mundo, e nem há o receio de ficar sem assunto e distrair o olhar. Já se sentiu assim?

 Hoje, se quiser, se puder e se souber me venha como o olhar primeiro, sem uniforme ou barba feita. Me venha você, pois as vezes isso é o que faz toda a diferença. As vezes isso é o que me faz mais falta.