terça-feira, 19 de julho de 2011

Espera

Fiquei por alguns minutos estática, degustando, destrinchando e saboreando a palavra que dá nome a esta postagem. Para cada pessoa ela pode ter grandeza diferente e importâncias divergentes. Muitas vezes minhas esperas foram em vão, outras valeram cada segundo, outras preferia que não tivessem terminado.

Penso na espera do ônibus que muitas vezes me tirou a paciência. A loucura de contar cada minuto e calcular se chegaria a tempo, levando em consideração a chuva, o trânsito, o caos. Mas também existiu o dia em que meu desejo era de que o ônibus jamais chegasse quando foi o momento de dar o último abraço porque o motorista já buzinava impacientemente, e sentada ao lado da janela acenei, e vi sua imagem sumindo entre a distância.

Penso na espera de um (re)encontro. Ahhh... quão doces e amargas estas podem ser. A espera de um encontro cria, imagina, inventa, fantasia, acelera. Apesar de torturantes me encanta esse tipo de espera quando tem data certa para terminar... é o momento de se iludir, ou simplesmente dar um acerto certeiro em tudo o que se imagina. O cheiro do outro, a voz, a temperatura, as manias... tudo tão impreciso.

Penso na espera para o fim do expediente. Quão longas estas são! Mas também já tive dias em que essa demora me serviu de tempo, de válvula de escape para esquecer dores, me livrar de preocupações.

Penso na espera do futuro. Esta que apenas acaba quando dermos o suspiro final. Esta espera é vital, porque ela nos sustenta nos momentos alegres a espera de férias e planos, por exemplo, mas também nos mantêm firmes em dias escuros já que o amanhã pode ser melhor.

Não tenha receio. Não atropele. Não encare esses minutos, segundos, horas e anos a fio como perca de tempo.
Não viva por esperar, mas viva simplesmente, porque esperando ou não tudo há de chegar no momento oportuno. É nisso que minha fé se agarra todos os dias.

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