terça-feira, 19 de julho de 2011

Farsa

Aflição de não ser quem eu achava que eu era.
Aflição de no espelho ver o mesmo rosto, apenas um pouco mais maduro, mas ao mesmo tempo não encontrar a mesma pessoa que estava ali a tão pouco tempo atrás.
Aflição de não saber se o meu amor te comove. E também de não ser aquela com quem compartilha seus anseios e dúvidas.
Se pareço imperfeita até mesmo onde eu mais acertava, alguma razão tive de ter para mudar a direção.

Olho-me de novo. Mais atenta.

Talvez não seja o visível. Talvez seja a mesma inconstância que enxergava em você e me descabelava para decifrar. A mudança de humor, os momentos fundo de poço repentino... será que de tanto te amar me igualei a você?

Pobre de mim se for assim... afinal, nenhum ser humano me olhou tão profundamente a ponto de conseguir esse por cento de descoberta, essa insistência em decifrar minhas faces não tão risonhas. Continuo sendo uma farsa. E não diga que não avisei.

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